Regininha Poltergeist: Reinvenção e Determinação em Meio aos Desafios
Aos 54 anos, Regininha Poltergeist, um dos rostos mais marcantes dos anos 90, vive uma realidade completamente diferente da fama e dos holofotes que a acompanharam no auge de sua carreira. Longe dos palcos e das câmeras, a ex-musa se reinventou e encontrou na venda de empadas uma nova forma de sustento. Atualmente, ela trabalha na Rua Dias da Cruz, no coração do bairro do Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. Apesar de sua nova rotina, ainda é reconhecida por antigos fãs e admiradores que a cumprimentam, demonstrando carinho e saudade dos tempos em que brilhava nas revistas e na televisão. No entanto, essa exposição também carrega desafios e cobranças.
Regininha construiu uma carreira polêmica e intensa. Durante os anos 90 e início dos anos 2000, estampou capas de revistas masculinas renomadas, como a “Playboy”, e participou de produções cinematográficas de cunho erótico. Com os rendimentos conquistados nesse período, conseguiu adquirir cinco apartamentos, além de carros, e proporcionar uma vida mais confortável para seus pais. Contudo, ao longo dos anos, precisou abrir mão desses bens, e hoje enfrenta dificuldades financeiras. Apesar de algumas escolhas controversas, Regininha tem um olhar reflexivo sobre o passado e admite arrependimentos:
“Me arrependo de ter feito filmes adultos, mas, ao mesmo tempo, reconheço que foi uma fase necessária. O dinheiro me ajudou a sustentar meus pais e garantir a aposentadoria deles. Paguei a contribuição previdenciária para que pudessem ter uma velhice mais tranquila”, revela.

Atualmente, Regininha busca novas formas de renda, mas descarta qualquer possibilidade de retomar sua antiga carreira no entretenimento adulto. Nos últimos anos, experimentou diferentes profissões, incluindo o trabalho como vendedora, e cogita voltar à massagem terapêutica, profissão que já exerceu. No entanto, carrega o receio de que seu histórico profissional gere interpretações equivocadas sobre seu serviço.
“Massagem é um trabalho digno e pode render um bom dinheiro. Mas é triste ver que algumas pessoas esperam algo mais, o que me deixa desconfortável. Não quero que minha imagem seja associada a isso. Já passei por situações muito difíceis e sempre trabalhei com honestidade”, desabafa.
Apesar dos desafios, sua paixão pela arte permanece viva. Formada em balé clássico pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Regininha dedicou mais de uma década à dança e chegou a atuar como professora. Os palcos, no entanto, ficaram no passado, e sua prioridade agora é manter-se financeiramente estável.
Vivendo com o pai, de 83 anos, a ex-musa enfrenta dificuldades para preparar refeições adequadas em casa devido ao estado precário de seu fogão.
“O forno ainda funciona, mas o fogão está praticamente inutilizável. Acabo gastando com comida na rua porque não consigo cozinhar arroz, feijão e outras refeições básicas”, explica.
Mesmo com os percalços, Regininha segue firme em sua jornada. Com a venda de empadas, fatura em média R$ 200 por dia, valor que tem sido essencial para sua sobrevivência. Para aumentar a renda, diversificou seu cardápio e passou a oferecer também café, amendoim e doces. Com espírito empreendedor, cogita alugar um pequeno box comercial próximo ao seu atual ponto de vendas, situado em frente a uma banca de jornal desativada.
Apesar das dificuldades financeiras, a maior batalha de Regininha nos últimos anos tem sido sua saúde mental. Em agosto do ano passado, ela enfrentou um episódio delicado e precisou ser internada por dez dias para tratamento psiquiátrico. Foi atendida no Instituto Municipal Philippe Pinel, em Botafogo, e posteriormente transferida para o CAPS II Clarice Lispector, no bairro do Encantado. Lá, recebeu o diagnóstico de transtorno psicótico e iniciou um tratamento que ainda segue em andamento.
Diante de tantas reviravoltas, Regininha Poltergeist segue firme, buscando novas oportunidades e mantendo-se resiliente. Com dignidade e esforço, ela continua sua luta por uma vida mais estável e tranquila, sem abrir mão da honestidade e da esperança em dias melhores.




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