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Grammy: Como os Beatles Usaram IA para Lançar Música Gravada em 1978

Grammy: Como os Beatles Usaram IA para Lançar Música Gravada em 1978

Grammy: Como os Beatles Usaram IA para Lançar Música Gravada em 1978

Em 2025, os Beatles ganharam o Grammy de Melhor Performance de Rock com Now and Then, uma música escrita e gravada por John Lennon em 1978, mas que foi completada com a colaboração de Paul McCartney, Ringo Starr e, surpreendentemente, com a ajuda de inteligência artificial (IA). A canção, que ganhou vida mais de quatro décadas após sua gravação original, emocionou os fãs e mostrou como a tecnologia moderna pode trazer de volta o legado dos artistas de uma forma inovadora.

A História por Trás de Now and Then

Now and Then foi uma das faixas registradas por John Lennon durante o período final de sua vida, em 1978, quando ele ainda estava afastado da música após a sua pausa de 5 anos para cuidar de sua família. A canção foi gravada em uma fita cassete enviada por Lennon a Paul McCartney, em 1979, no auge da amizade entre os dois Beatles. A gravação foi feita no apartamento de Lennon no icônico edifício Dakota, em Nova York, um ano antes de sua trágica morte.

Após a morte de Lennon, McCartney recebeu a fita cassete em 1994, mas devido à baixa qualidade de gravação e a presença de ruídos de fundo, ele não pôde trabalhar na música imediatamente. A gravação original estava danificada por interferências sonoras, como o som de uma televisão ligada no ambiente e o microfone mal posicionado na hora da gravação. Essas falhas prejudicaram a audição da demo, tornando a música inacabada e impossível de ser lançada na época.

A Inovação da Inteligência Artificial

Décadas depois, a situação de Now and Then ganhou um novo rumo graças ao avanço da tecnologia de inteligência artificial. O diretor Oliver Murray, responsável por um minidocumentário sobre a história da música, revelou que a qualidade da gravação original era tão prejudicada que parecia impossível restaurá-la de forma a deixá-la adequada para o lançamento. Mas, com o desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas, como as usadas em outros projetos de restauração musical, surgiu uma oportunidade para dar à canção a chance que ela merecia.

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BOTAO-2-GRINGA Grammy: Como os Beatles Usaram IA para Lançar Música Gravada em 1978

Peter Jackson, o renomado diretor de O Senhor dos Anéis, que também é conhecido por seu trabalho de restauração de áudio e vídeo, entrou em cena para liderar o projeto. Usando IA e uma equipe de especialistas, Jackson conseguiu aplicar ferramentas de Machine Learning (aprendizado de máquina) para analisar a gravação original, reconhecer padrões nos dados sonoros e isolar os diferentes elementos da música. A IA foi capaz de separar os instrumentos e as vozes, identificando e corrigindo falhas nas frequências e clareando a voz de Lennon, que antes estava encoberta por ruídos.

A tecnologia de IA foi essencial para restaurar a parte vocal de John Lennon, que se tornou cristalina, permitindo que os fãs ouvissem a interpretação única do artista como se ele estivesse presente no estúdio. Paul McCartney, emocionado com o resultado, comentou: “Lá estava a voz de John, cristalina”, destacando o impacto que a IA teve na possibilidade de trazer Lennon de volta à música.

A Colaboração de McCartney e Starr

Com a tecnologia avançada restaurando a base da música, Paul McCartney e Ringo Starr uniram forças para completar a canção de uma forma que fizesse justiça à sua origem. Mais de 40 anos após a gravação original, ambos os músicos entraram no estúdio para adicionar suas contribuições à faixa. McCartney gravou a linha de baixo, o piano e um solo de guitarra inspirado no estilo de George Harrison, enquanto Ringo Starr gravou a bateria, preenchendo os espaços restantes da música com sua habilidade incomparável.

Além disso, a equipe de produção também incorporou fragmentos das gravações feitas por George Harrison em 1995, quando ele havia trabalhado em um projeto de reunião dos Beatles, mas que foi interrompido pela sua morte. Esses pedaços de guitarra, somados aos outros elementos, ajudaram a completar Now and Then, dando uma sensação de continuidade e homenagem ao trabalho coletivo da banda.

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O Lançamento Oficial e a Emoção de McCartney

O lançamento oficial de Now and Then aconteceu em novembro de 2023, e a música foi amplamente divulgada como “a última música dos Beatles”, um marco que emocionou não apenas os membros restantes da banda, mas também fãs ao redor do mundo. Paul McCartney, em uma entrevista, não escondeu a emoção ao falar sobre o processo de criação da música e como foi reviver o trabalho com John Lennon, mesmo após tanto tempo.

“Foi o mais próximo que chegaremos de tê-lo de volta, e foi muito emocionante para nós. Foi como se John estivesse lá. Foi fantástico”, disse McCartney, referindo-se à experiência de reimaginar a música com a ajuda da tecnologia, mas ainda mantendo a alma do trabalho original de Lennon. Para ele, era como se o fantasma de Lennon estivesse presente no estúdio, participando da criação da música que, finalmente, poderia ser compartilhada com o mundo.

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Reconhecimento no Grammy

Em 2025, Now and Then foi reconhecida por sua inovação e qualidade, conquistando o Grammy de Melhor Performance de Rock. A música não só foi uma última obra-prima dos Beatles, como também se tornou um símbolo de como a tecnologia pode ser utilizada para preservar e reviver a arte. A vitória no Grammy consolidou a importância dessa restauração tecnológica, não apenas como um feito musical, mas como um marco histórico para a música e a indústria em geral.

O uso da inteligência artificial para restaurar e finalizar Now and Then provou que, com a combinação certa de inovação, habilidade e respeito pela obra original, o legado dos Beatles pode continuar a inspirar novas gerações, mesmo muito tempo após a morte dos seus membros fundadores. O lançamento desta música não apenas trouxe Lennon de volta para os palcos, mas também ofereceu aos fãs um vislumbre do que poderia ter sido, se o mundo tivesse ouvido essa obra-prima anos antes.

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